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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Vale relembrar (2007): Mar avança em Itanhaém/SP

Uma ressaca como esta de 2007, que mudou completamente o Praião arrastando grande quantidade de sedimento (areia),  quebrou quiosques e ameaçou até mesmo derrubar a rua, pode estourar os PVs (postos de vistoria / tubos de cocô).

No último domingo (29/07) a cidade de Itanhaém localizada no litoral sul do estado de São Paulo sentiu os primeiros reflexos do aumento dos oceanos, devido a uma forte ressaca que atingiu a costa do município destruindo cerca de 500 metros da orla de uma de suas praias, no centro da cidade.

O avanço das águas chegaram a dez metros rua adentro. Cerca de três quiosques que estão fixados na faixa de areia da Praia do Centro (Praião), apresentam suas estruturas abaladas e uma unidade dos Guarda-vidas desabou junto com dois coqueiros, em virtude da pressão das ondas contra os bancos de areia.

Grande parte das calçadas do local desmoronaram devido a força das ondas, que escoaram os bancos de areia que sustentavam os barrancos da avenida da praia.

Itanhaém (SP) sente os efeitos do descaso ambiental. Foto: João Ricardo Malavolta / Ecobservatório.
No litoral norte não foi diferente. Piscinas invadidas pelas águas, muros derrubados e altas ondas. Mesmo assim mega condominios estão sendo construídos levando a vegetação nativa ao extermínio. Vegetação essa que sustenta e fixa os bancos de areia impedindo o assoreamento das praias.

O principal habitat dos surfistas está sendo atingido pela força pulsante do clima que vem retomando o que o Homem pensava que era possuidor, a Terra.

Olhando do ponto de vista ambiental, a comunidade do surf ainda está pouco mobilizada e articulada quando o assunto é meio ambiente. Iniciativas pontuais já acontecem, mas ainda é pouco se pensado a quantidade de praticantes e admiradores que o esporte possui.

Um dos principais inimigos do meio ambiente é o consumo inconsciente praticado pela maioria da população mundial.

No surf não é diferente, os atletas acreditam que quanto mais pranchas tiverem melhor, quanto mais propaganda para divulgar as marcas e estimular o consumo melhor também.

Mas e a questão ambiental onde fica? Já se sabe que devemos mudar nossos hábitos de consumo para reduzir a exploração dos recursos naturais e amenizarmos os efeitos causadores do aquecimento global.

Porém nada está sendo realizado se pensado o poder do surf e de todos os empresários envolvidos de alguma forma com o esporte. Se imaginarmos a falta de responsabilidade dos anúncios mirabolantes que as empresas do surf fazem, iremos perceber que nada é feito com uma visão que respeite os sistemas ecológicos.

Desta forma chega-se a conclusão de que o que é bom para o surf não está sendo positivo para o meio ambiente.

O aumento dos mares já é o principal sintoma das mudanças climáticas. Ilhas já estão desaparecendo ao redor do mundo, populações inteiras já se encontram desabrigadas devido às reações do planeta Terra, contra a pilhagem dos recursos naturais que é causada pelo desenfreado consumo dos serviços ambientais prestados pela natureza.

Para uma nova visão que integre e respeite o meio ambiente, um novo pensar deve ser construído dentro da comunidade dos ?homens do mar?, ou seja, os surfistas. O Desafio deve ser lançado e incorporado por todos aqueles que de alguma forma interagem e desfrutam dos oceanos como seu segundo lar.

Esta na hora de devolvermos para natureza em forma de atitudes ecologicamente corretas tudo de bom que ela nos oferece. Pensem nisso.

Texto e foto: João Malavolta
Fonte: Waves - A Comunidade do Surfe na Internet
Publicado em 06/8/2007

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